José Jussiêr Ferreira*
Durante os dias 24 a 26 de janeiro de 2013, o Mirante da Orla
Ribeirinha de Propriá foi palco das mais variadas manifestações populares. Por
lá se apresentaram diversos grupos folclóricos da cidade ribeirinha de Propriá.
Desde o Grupo Teatral "Os Encantados"
do diretor Luiz Carlos, dos grupos de cangaceiros,
“Lampião Rei do Cangaço” do Mestre
Antônio Xerife, “Novos
Lampiões” do Mestre Antônio José, pastoril “Pastoriá” da Mestra Soninha, Banda de Pífaro “Santo Antônio” do Mestre
Edésio. Mostra de Fotografia e Literatura de Cordel. Grupos de capoeira, “Capoeira Acauã” do Mestre Rogério, “Capoeira
Irmãos Unidos” do Mestre Carlinhos Curisco, Trupe Circense do Palhaço Pimpolho.
Grupos musicais como “Anjos Inocentes”, Karranka, Black Boy, Fóckin fóckers,
Lito, voz e violão e Gil Monte e Banda.
Somaram-se aos grupos da cidade ribeirinha, outros advindos de
diversas cidades sergipanas como o Grupo Chegança “Almirante Barroso”, do Mestre
Francisco da cidade de Laranjeiras, o Samba de coco “Nossa Senhora do Desterro” da Mestra Maria do Carmo de
Japoatã,
o Maracatu “Raízes do
Quilombo” da Mestra Izaltina de Brejão dos Negros de Brejo Grande, “Dança de São Gonçalo” do Mestre
Sales do Pov. Mussuca de Laranjeiras. Afoxé Resgate “Identidade Quilombola” do
Mestre Xifoneze, do Pov. Caraíbas de Canhoba,
“Samba de Pareia” da Mestra Marizete
do Pov. Mussuca, Laranjeiras, “Reisado Mirim” de Brejo Grande do Mestre
Pirrita de Brejo Grande, Reisado “Prima com Prima” da Mestra Dona Lau de
Japoatã. Julina Lima, "boiadeira", de Brejo Grande, “Guerreiros Treme-Terra” da Mestra Dona
Rosa de Japoatã, Quilombatuque Dance Ayé “Dança Afro” do Mestre Magno de Brejão
dos Negros de Brejo Grande. “Reisado de Ladeiras” da Mestra Dona Vavá do Pov.
Ladeiras de Japoatã. Grupo
Axé Afro Pisada do Quilombo “Dança de Candomblé” do Mestre Pirrita de Brejo
Grande.
Beleza de se ver, no final da tarde do sábado, foi o cortejo
destes vinte e quatro grupos, pelas ruas da cidade. Todos a pé com seus sons e
coreografias. Saindo próximo ao Fórum, em direção ao Mirante da Orla
Ribeirinha, onde se daria o momento apoteótico. Pessoas saiam de suas casas em
direção as calçadas e ruas da cidade, para ver, admirados, aquela enorme Serpente colorida se contorcendo, com
seus variados ruídos, sons e batuques, pelas avenidas e ruas da cidade.
Chegando ao Mirante, os diversos e variados grupos, com suas
temáticas diferenciadas, porém, representantes da legitima cultura popular, se
apresentaram, para o deleite de todos que ali estavam presentes aguardando e
outros que acompanharam o cortejo, desde o seu início. Foram momentos de êxtase
e admiração, que ficarão na memória de todos que ali estavam.
Domingo pela manhã, por volta das dez horas, houve a tradicional
corrida de canoas e barcos a vela, que saiu de Porto Real do Colégio, no nosso
Estado fronteiriço de Alagoas, cidade defronte a Propriá, em direção a nossa
cidade ribeirinha. A esta altura o Mirante da Orla Ribeirinha, o cais, e a rua
da frente, desde a Avenida Quintino Bocaiúva até a Nilo Peçanha, estavam
tomadas por grande número de transeuntes. Pessoas das mais variadas
procedências e lugares. Filhos desta terra que moram e trabalham em outras
cidades e Estados e que aproveitam o final e início do ano para retornar a
terra natal para rever parentes e amigos, e outros. Turistas encantados com a
nossa beleza natural, o nosso “Velho Chico”, e que por saberem da belíssima
festa que aqui se faz, destinaram-se a cidade ribeirinha.
Às quatro da tarde iniciou-se a procissão fluvial do Bom Jesus dos
Navegantes. Saindo da Igreja Matriz, passando ao lado do Mirante, indo em
direção ao estuário do Rio São Francisco, entre os antigos e tradicionais bares
de Propriá, O Mangaba e O Beira rio. A procissão fluvial do Bom Jesus dos
Navegantes emociona a todos que estão presentes. Ouve-se o estalar do
foguetório vindo de todos os mastros, em saudação ao Glorioso Bom Jesus dos
Navegantes. Findo o cortejo, a procissão segue em direção a Igreja Matriz, onde
foi celebrada missa campal, passando ao lado do Mirante da Orla Ribeirinha.
Assim, o Mirante da Orla Ribeirinha de Propriá, foi palco das mais
diversas manifestações culturais. Apresentaram-se ali grupos folclóricos de
Propriá e de outras cidades, bandas de rock e de rap, exposição fotográfica,
literatura de cordel e teatro. O Mirante da Orla Ribeirinha de Propriá parecia
ser uma verdadeira “Democracia Cultural”.
Espera-se que para o Encontro Cultural do próximo ano, a
administração local, disponibilize um palco, som e iluminação adequados, dignos
e a altura dos grupos folclóricos que ali, com toda a alegria, maravilhosamente
se apresentaram. Neste sentido, vale a pena ressaltar o empenho, dedicação e
esforço incansável da equipe do “Departamento
de Cultura” comandada pelo “Mestre” José Alberto Amorim.
(*)Licenciado
em História pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), Professor da Rede
Estadual de Ensino, Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior
pela Faculdade São Luís de França (FSLF), Pós-graduando em Gestão de Políticas
Públicas em Gênero e Raça / GPP-GeR pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).