quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Propriá: palco de diversas manifestações culturais




José Jussiêr Ferreira*

Durante os dias 24 a 26 de janeiro de 2013, o Mirante da Orla Ribeirinha de Propriá foi palco das mais variadas manifestações populares. Por lá se apresentaram diversos grupos folclóricos da cidade ribeirinha de Propriá. Desde o Grupo Teatral "Os Encantados" do diretor Luiz Carlos, dos grupos de cangaceiros, “Lampião Rei do Cangaço” do Mestre Antônio Xerife, “Novos Lampiões” do Mestre Antônio José, pastorilPastoriá” da Mestra Soninha, Banda de Pífaro “Santo Antônio” do Mestre Edésio. Mostra de Fotografia e Literatura de Cordel. Grupos de capoeira, “Capoeira Acauã” do Mestre Rogério, “Capoeira Irmãos Unidos” do Mestre Carlinhos Curisco, Trupe Circense do Palhaço Pimpolho. Grupos musicais como “Anjos Inocentes”, Karranka, Black Boy, Fóckin fóckers, Lito, voz e violão e Gil Monte e Banda.
Somaram-se aos grupos da cidade ribeirinha, outros advindos de diversas cidades sergipanas como o Grupo Chegança “Almirante Barroso”, do Mestre Francisco da cidade de Laranjeiras, o Samba de coco “Nossa Senhora do Desterro” da Mestra Maria do Carmo de Japoatã,
o Maracatu “Raízes do Quilombo” da Mestra Izaltina de Brejão dos Negros de Brejo Grande,Dança de São Gonçalo” do Mestre Sales do Pov. Mussuca de Laranjeiras. Afoxé Resgate “Identidade Quilombola” do Mestre Xifoneze, do Pov. Caraíbas de Canhoba, “Samba de Pareia” da Mestra Marizete do Pov. Mussuca, Laranjeiras, “Reisado Mirim” de Brejo Grande do Mestre Pirrita de Brejo Grande, Reisado “Prima com Prima” da Mestra Dona Lau de Japoatã. Julina Lima, "boiadeira", de Brejo Grande, “Guerreiros Treme-Terra” da Mestra Dona Rosa de Japoatã, Quilombatuque Dance Ayé “Dança Afro” do Mestre Magno de Brejão dos Negros de Brejo Grande. “Reisado de Ladeiras” da Mestra Dona Vavá do Pov. Ladeiras de Japoatã. Grupo Axé Afro Pisada do Quilombo “Dança de Candomblé” do Mestre Pirrita de Brejo Grande.

Beleza de se ver, no final da tarde do sábado, foi o cortejo destes vinte e quatro grupos, pelas ruas da cidade. Todos a pé com seus sons e coreografias. Saindo próximo ao Fórum, em direção ao Mirante da Orla Ribeirinha, onde se daria o momento apoteótico. Pessoas saiam de suas casas em direção as calçadas e ruas da cidade, para ver, admirados, aquela enorme Serpente colorida se contorcendo, com seus variados ruídos, sons e batuques, pelas avenidas e ruas da cidade.
Chegando ao Mirante, os diversos e variados grupos, com suas temáticas diferenciadas, porém, representantes da legitima cultura popular, se apresentaram, para o deleite de todos que ali estavam presentes aguardando e outros que acompanharam o cortejo, desde o seu início. Foram momentos de êxtase e admiração, que ficarão na memória de todos que ali estavam.
Domingo pela manhã, por volta das dez horas, houve a tradicional corrida de canoas e barcos a vela, que saiu de Porto Real do Colégio, no nosso Estado fronteiriço de Alagoas, cidade defronte a Propriá, em direção a nossa cidade ribeirinha. A esta altura o Mirante da Orla Ribeirinha, o cais, e a rua da frente, desde a Avenida Quintino Bocaiúva até a Nilo Peçanha, estavam tomadas por grande número de transeuntes. Pessoas das mais variadas procedências e lugares. Filhos desta terra que moram e trabalham em outras cidades e Estados e que aproveitam o final e início do ano para retornar a terra natal para rever parentes e amigos, e outros. Turistas encantados com a nossa beleza natural, o nosso “Velho Chico”, e que por saberem da belíssima festa que aqui se faz, destinaram-se a cidade ribeirinha.
Às quatro da tarde iniciou-se a procissão fluvial do Bom Jesus dos Navegantes. Saindo da Igreja Matriz, passando ao lado do Mirante, indo em direção ao estuário do Rio São Francisco, entre os antigos e tradicionais bares de Propriá, O Mangaba e O Beira rio. A procissão fluvial do Bom Jesus dos Navegantes emociona a todos que estão presentes. Ouve-se o estalar do foguetório vindo de todos os mastros, em saudação ao Glorioso Bom Jesus dos Navegantes. Findo o cortejo, a procissão segue em direção a Igreja Matriz, onde foi celebrada missa campal, passando ao lado do Mirante da Orla Ribeirinha.
Assim, o Mirante da Orla Ribeirinha de Propriá, foi palco das mais diversas manifestações culturais. Apresentaram-se ali grupos folclóricos de Propriá e de outras cidades, bandas de rock e de rap, exposição fotográfica, literatura de cordel e teatro. O Mirante da Orla Ribeirinha de Propriá parecia ser uma verdadeira “Democracia Cultural”.
Espera-se que para o Encontro Cultural do próximo ano, a administração local, disponibilize um palco, som e iluminação adequados, dignos e a altura dos grupos folclóricos que ali, com toda a alegria, maravilhosamente se apresentaram. Neste sentido, vale a pena ressaltar o empenho, dedicação e esforço incansável da equipe do “Departamento de Cultura” comandada pelo “Mestre” José Alberto Amorim.

(*)Licenciado em História pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), Professor da Rede Estadual de Ensino, Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior pela Faculdade São Luís de França (FSLF), Pós-graduando em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça / GPP-GeR pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).