terça-feira, 25 de outubro de 2011

Realizando Excursões Pedagógicas*




Antônio Wanderley de Melo Corrêa**

            Quando um professor decide realizar uma excursão pedagógica a um museu, cidade histórica, reserva ecológica, zoológico, exposição, empresa, entre outros, é importante realizar um pequeno projeto que contenha objetivos, público alvo, recursos humanos e materiais, programação, metodologia e avaliação. O projeto expõe com clareza para o próprio professor e para as outras pessoas direta e indiretamente envolvidas - alunos, pais, coordenador pedagógico, diretores - o que, como e porque aquela atividade vai acontecer.
            O evento deve ser articulado por meio de contatos com pessoas-referências do local a ser visitado mediante ofícios e contatos pessoais e/ou telefônicos. Tudo com antecedência de, no mínimo, uma semana.
            Na comunicação para a comunidade escolar, além de reuniões com a coordenação pedagógica e com a direção, são recomendáveis a produção e distribuição de um folder que contenha informações básicas e úteis: data, horário, local e objetivos da atividade, além de uma ficha para a assinatura dos pais ou responsáveis de cada estudante, autorizando a participação de cada aluno, em se tratando de menores de idade. Nessas informações prévias, é importante incluir o material que cada aluno deverá ou não levar. Por exemplo: máquina fotográfica/filmadora, caderno ou caderneta de campo, lanche, dinheiro para refeições, entre outros.
            É fundamental que os alunos saibam, com antecedência, a maneira pela qual serão avaliados ao participarem da excursão.
            No dia do evento, os professores os alunos e o transporte deverão estar no local determinado para a saída, na escola de preferência, trinta minutos antes do horário previsto. Esse “rigor” evita atrasos que podem comprometer seriamente o evento.
            Mesmo quando o local a ser visitado contar com a presença de um guia, é interessante que os professores conheçam previamente o local para obter informações sobre o mesmo. Ou mesmo pesquisar na internet, para, no momento oportuno poder dar informações complementares às do guia. Saber também o itinerário, o tempo de translado para programar a duração da visita.
            Neste gênero de atividade educativa, não é recomendável conduzir grande quantidade de estudantes. Caso não seja possível limitar a excursão a uma turma, se faz necessário ao professor que organizou o evento, pedir a ajuda de outros colegas que ministram disciplinas afins para conduzir a estudantada.
            Durante a atividade é fundamental a manutenção da disciplina, afinal todos estão em aula (de campo), participando de atividade educativa. Portanto, dispersões, correrias e comilanças fora de hora devem ser evitadas através de advertências prévias.
            Os educadores devem estimular os alunos a ficarem de olhos e ouvidos atentos e anotarem perguntas quando surgirem dúvidas ou curiosidades. É necessário convencê-los a não entrarem na paranóia do “anotar tudo”. Porque tal atitude é ingrata e impraticável e cria ansiedade, confusão e frustração.
            Durante o percurso de ida e de volta, bem como no intervalo para o lanche, os professores podem estimular expressões lúdicas, a exemplo de cantar músicas, fazer dinâmicas de grupo e outras brincadeiras saudáveis, contribuído para uma maior sociabilidade e confirmando afetividades.
            Após a excursão, os professores podem avaliar os estudantes participantes aplicando questionário com perguntas do tipo: Quais eram suas expectativas? O que mais lhe agradou e chamou a sua atenção? Exponha os conhecimentos que você adquiriu. Faça suas críticas e dê suas sugestões.
             Os alunos podem ainda serem avaliados por meio de atividades em grupo para debates, construções de maquete, ou murais que contendo fotos legendadas, mapas, textos, cartazes. Esses últimos a serem expostos para toda a escola. Eles ficarão orgulhosos e confiantes.
            Um relatório por escrito sobre a excursão e entregue à coordenação pedagógica e à direção, registra a atividade para a memória da escola e demonstra objetividade e fortalece o profissionalismo dos/as professores/as envolvidos/as.

(*) Este artigo foi publicado pelo Jornal da Cidade em 23 nov. 1999. Caderno B. pg. 06 e revisado pelo autor em out. 2010.
(**) Licenciado em História pela UFS e professor das redes públicas estadual (SEED) e municipal (SEMED/PMA).

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